Dou comigo a pensar na minha vida. Hoje, mais do que nunca, dadas as circunstâncias, toda a gente me pergunta como estou e eu até já tenho a resposta para lá de mecanizada, "estou bem, obrigada! Há que continuar.", sempre acompanhada de um sorriso. Quem não me conhece ou pouco conhece,fica convencido mas quem me conhece sabe que.... bem, que não sou(?)/estou(?) a mesma pessoa. Não quero andar constantemente a lamuriar uma ladainha daquelas que traz uma cara triste a acompanhar, porque ninguém gosta de estar assim, porque ninguém gosta de estar com alguém assim e faço um esforço enorme e sim, penso que a vida tem que continuar. Tenho evitado pensar, evitado pensar em mim porque a verdade é que não sei, não sei o que fazer mesmo.
Existe um vazio em mim que não sei como preencher. Não estou revoltada, mas não consigo aceitar isto tudo, não é justo que se tenha de passar por tanto, num tão curto período. Perdi o chão, perdi as paredes, restando apenas umas paredes, a viga mestra e o tecto. Mas também elas foram sacudidas...
Dou comigo muitas vezes a pensar em ti, na falta que me fazes, em tudo o que fizemos. Será que sabias o quanto gosto de ti? Será que sabias o significado que tens para mim?
Porquê, porquê, PORQUÊ??????
Dói, dói-me muito e choro, choro num desespero que não quero mostrar a ninguém e que não quero que me consuma, por isso choro sozinha, na ilusão de que se ninguém vê é porque não existe.
Mas existe, está lá, tolda-me os sentidos, a clareza de espírito, a racionalidade, a tranquilidade e eu, não sei que fazer.
Que raio de justiça divina é esta? Qual é a lição a tirar disto tudo? Há lição a tirar?
Em 6 meses, a minha vida ficou de pernas para o ar, sem ordem nem sentido e eu sem vontade de lhe pegar. E eu a achar que 2012 ia ser muito melhor que 2011, que ia ser o ano da viragem...
Estou muito, mas muito mais pobre. E tudo o resto ficou tão menor. E ainda tenho mais uma sombra a pairar. Mas SIM, ainda tenho esperança.
Não quero quebrar, explodir, estou apática, angustiada e ansiosa, sempre à espera do próximo pontapé. Não sei viver assim.
Será que o Senhor lá de cima quer testar os meus, os nossos limites?
Continuam a haver "pessoas negras" que aprendi a ignorar, porque não fazem diferença alguma porque essas nunca hão-de estar bem, não acrescentam nada e também porque acredito que tudo o que damos nos é retribuído, duplamente!
Agradeço às minhas pessoas, às minhas pessoas do coração que me fazem perceber o quão grande ele é para conseguir guardar tantas e tão boas pessoas que sempre estiveram à altura das situações e continuam a estar. Amo-vos sincera e sentidamente.
Percebi que estou no limite quando as lágrimas correram a fio à frente de uma publicidade com uma criança muito especial. Percebi, mas continuo sem saber o que fazer, nem para onde me voltar, mas vou descobrir.
Entretanto, respirar, respirar bem fundo parece-me uma boa opção.