sábado

(a vida não é aqui)

Hoje, decidi parar. Parar de pensar. Parar para pensar.
Estou cansada. cansada de olhar ao meu redor e não ver a luz ao fundo do túnel, mas sim a grande rua que me leva até ao beco. Acredito, ainda, que o único beco sem saída que poderá existir na vida de qualquer pessoa, é materializado (ou deverei dizer desmaterializado?) na morte. Há sempre uma saída, uma solução, por mais distante ou dolorosa que esta seja; e porque será que custa tanto a alcançar?
Inevitavelmente, há coisas que acontecem e que não conseguimos controlar. Mas eu gosto de pensar que as controlo. Gostava de conseguir proteger todos e tudo, das curvas e contra-curvas da vida, mas não consigo. Custa-me tanto, tanto ver sofrer aqueles de quem gosto! E é-me tão mais difícil ficar quieta e deixar que tudo aconteça naturalmente, que muitas vezes acabo por precipitar as coisas com a minha ansia protectora.
Custa-me manter-me à distância. Custa-me não estar aí contigo, mas sei que também me custaria estar. É esta a verdade. Dizem-me que é melhor afastar-me por uns tempos e eu pergunto-me se assim será... Pergunto-me o que farás amanhã. Como ocuparás o teu tempo? Faria eu melhor se estivesse aí contigo, em vez de estar aqui, na vã brisa do tempo? Aqui, tenho muito que fazer, é certo. Mas não terei aí também?
Não gosto de pessoas que me falam em meias palavras, e é essa a sensação que tenho, que quem está perto de mim me fala em meias palavras. Fala do tempo, da vida em todos os sentidos, há promessas trocadas com a sensação de que falta alguma coisa. Há a pouca vontade de falar nisso, porque dói. Nunca fui de adiar situações, sempre lutei pelo aqui e agora, e vejo-me agora, aqui.
Sei que há soluções para tudo o que está a acontecer, mas acho que chegou a hora, aqui e agora, de me queixar de tudo o que está a acontecer. É um fardo nada leve... No meio de isto tudo, mantive a racionalidade e o equilibrío, encontrei o meu lugar em cada uma das situações, e atenção, mesmo não sendo o factor decisivo, o elemento chave e indispensável de nada, sou parte da engrenagem, peça que também faz parte do mecanismo. E se, por alguma razão, a minha peça deixar de se encaixar, irei moldá-la, para que se encaixe num outro sistema. Desistir? Nunca! lutar, trabalhar, lutar!
Mas, preciso de um mimo, de uma carícia desinteressada que me aconchegue.
Preciso de um tempo, um quieto instante para me retirar e organizar a minha cabeça, a minha vida, o meu intelecto. Porque aconteceram coisas que eu ainda não acredito que realmente, M E aconteceram! Por isso, vou fugir, vou despedir-me do que mais quero. E o silêncio será a razão.
Voltarei mais forte, com novas energias. espero.

3 comentários:

Leila* disse...

Força Crix... Só não te mantenhas à distância da escrita, porque essa ajuda a superar os turbilhões da vida.

Volta forte, mais forte ainda.

Bom fim-de-semana*

Rita disse...

E que voltes mais forte do que nunca ;)

Crix disse...

Obrigada minhas queridas!
Um óptimo fim-de-semana para as duas!
:)*