sexta-feira

O dilema é sempre um bicho de 7 cabeças. Ficarmos divididos sem saber qual rumo tomar não é bom. Nada bom. Há alturas na vida que por muito que a razão impere, o coração também é rei. Surge o dilema.
Não é bom sentirmo-nos enganados. A mentira, a omissão, nunca é um bom caminho. Por muito que se pense que é o melhor, não é, estou certa. Não consigo viver com a desconfiança. Não dá, não é para mim. Odeio quebrar a confiança que depositam em mim. Faço tudo para não quebrar! Odeio desapontar alguém, mas acontece, não sou perfeita. Por muito que me esforce por tornar tudo perfeito (sim, sou um pouco sistemática e perfeccionista... diz que é de signo...), há coisas que apenas não dependem de mim! Há outras que dependem, mas que estrago, na ânsia de fazer tudo bem. Ainda há outras que dependem de mim, mas por falta de ânimo, acabo por desistir delas. Ora aí está um enorme defeito meu: preciso de estímulos para viver e progredir, e quando não os há, dou comigo a desistir, ainda que inconscientemente. Não quero ser assim, não quero, mas acho que sou. Lá diz a sabedoria popular, reconhecer o problema, é meio caminho para a solução. Talvez seja, talvez seja.
Não têm sido fáceis, os últimos tempos. De cabeça erguida, olho para a frente, para o lado e até para baixo, pode ser que assim ninguém note... pode ser que consiga fugir ao meu olhar... Há alturas em que me sinto perdida, não sei que fazer e sinto-me invadida por uma profunda angústia. Tenho conseguido combate-la, mas não sou a Muralha da China. Fui-me abaixo no outro dia. Com a pior pessoa. Pior, porque essa pessoa não merecia que eu me tivesse ido abaixo com ela, não naquela altura, quando precisava mais de mim para dar miminhos. Pior, porque a pessoa é dura no julgamento e não percebeu de todo a reacção. Também não expliquei. Ninguém consegue viver com alguém que, tristemente, carpe as mágoas. Sei que não quero ser uma pessoa amarga. Não sou, sou doce, tenho bom coração. Dou tudo o que consigo, da maneira que sei... ás vezes não é a melhor, mas ao menos tento, não morro com a interrogação, "e se...?"
Detesto passar por cima de problemas, fazendo de conta que não os vejo, mas, agora, não há soluções à vista, por mais que pense e repense. Há que ter calma e encontrar a compensação.
Gosto de me rodear de pessoas de quem gosto e que gostam de mim; mas sinto-me tentada a olhar para além disso. Será que me olham de volta? Ás vezes sou recriminada; será que justamente?
Não gosto de julgar. Não gosto que me julguem. Não obstante, mais cedo ou mais tarde, todos nós acabamos por fazê-lo...

2 comentários:

Mokas disse...

=/
(...indeed)

*

Saltos Altos Vermelhos disse...

as pessoas tem de gostar de nós como somos!!! com todos os defeitos e virtudes, se não gostarem não será assim tão verdadeiro!